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  • Foto do escritorM. Bee

[Vazios Alheios] Companhia Ocasional

Primeiro conto da série "Vazios Alheiros" da M. Bee.



Compania Ocasional


21:09h, enfim limpa e perfumada. Depois de um dia puxado de processos e processos ela pode relaxar seu pequeno corpo embaixo de um chuveiro quente. Nossa!!! Que sensação maravilhosa a pressão da água caindo em suas costas; e ela se estendeu uns minutos a mais nesse banho relaxante.


Colocou seu pijama mais esfarrapado, porém incrivelmente confortável. Sentou no sofá e pegou o celular que estava na mesa de centro. Havia uma mensagem perguntando: 


- Posso te ver hoje? 


Essa mensagem não a encheu de entusiasmo, mas ela também o queria ver. Respondeu: - Sim. Vai ficar para dormir?


E a resposta veio de imediato: - É o que eu pretendo. 


- Vou deixar a porta aberta.


Abriu a dispensa a procura de alguma coisa a oferecer para jantar, mas tudo precisaria de um preparo mais elaborado. Então, lembrou de uma lasanha esquecida no congelador. Colocou no microondas e ficou à espera de sua companhia ocasional, que chegou antes mesmo do apito do eletrodoméstico. 


- Oi! Que bom te ver.


- Sinto o mesmo. Quer tomar um banho?


- Gostaria. 


- Tá bem. Vou pegar uma toalha para você.


- Você pode colocar esse vinho na geladeira?


Ela pegou a garrafa e acenou com a cabeça que sim. 

Enquanto a companhia se refrescava, ela colocou uma música lenta, porém dançante para tocar, enquanto arrumava os pratos e o esperava. 


- Trouxe o vinho que você mais gosta pra gente.


- Ótimo! Vai cair bem com o jantar.


Se alimentaram em silêncio e entre olhares cheios de palavras. 


Ele recolheu a louça da mesa e as lavou enquanto ela apreciava o vinho ainda sentada à mesa.

Após terminar a tarefa doméstica, ele se sentou no sofá e estendeu a mão para ela, para que se juntasse ao seu lado. Cada um segurando uma taça de vinho em umas das mãos e as outras entrelaçadas. 


Ficaram ali por um tempo apreciando as músicas que tocavam uma atrás da outra, porém, uma música em especial mudou esse estado de inércia dos dois corpos.


Sem dizer nada, ele se levantou sem soltar sua mão, aproximou seu corpo junto ao dele, se olharam profundamente por alguns segundos, e então seus corpos começaram a se mover no mesmo sentido, mesmo ritmo, mesma sintonia.


As taças passaram a atrapalhar os movimentos. Ele fez uma pequena pausa para recolher os copos e depositá-los na mesa. Voltou sua atenção a ela, e nessa oportunidade colocou a mão esquerda sobre suas costas e a lembrança daquela costa tatuada e bem curvada veio à tona em sua mente. É a parte do corpo dela que ele adora. Já a mão direita ficou de apoio para a dela. Que mãozinha pequena, e uma observação redundante (risos). Aproveitou também para cheirar seu cabelo. Ela ama seus cabelos. Soltou sua mão e pôs seu rosto debruçado em seu peito. 


Nesse momento ela pode ouvir seus batimentos. Estavam ritmados. Ambos degustavam a respiração um do outro. O cheiro do hálito era puro vinho e convidativo e a deixa em transe. 


A música acabou e outra em seguida não deixou o ambiente "vazio".


Se afastaram, se olharam, e seus olhos falavam um com o outro. Mas nenhum deles conseguia decifrar o que queriam dizer. 


Sem mais delongas, ela o levou para o quarto. Passando pela mesa ele pegou uma taça de vinho.

No quarto ele tomou um gole e ofereceu a ela, como se quisesse dizer: 


- Beba um pouco mais para que você me aceite. 


Enquanto ela bebia, ele a foi despindo sem nenhuma pressa. E enquanto ia tirando os pedaços de pano que cobria poucas partes do seu corpo, foi depositando beijos em sua nuca. Respirava fundo para que o cheiro dela entrasse em seu ser, e não pudesse esquecê-lo nunca. Ela nua, ele deu três passos para trás, e ficou a admirando. Sem tirar os olhos dela, ele retirou suas próprias roupas bem rápido, tomou a nos braços e a beijou, pegou a taça e pôs na cabeceira. 


Ele estava esperando esse beijo há alguns dias, mas beijá-la naquela situação foi muito mais do que ele esperou. 


Não se deixou levar pelo anseio de seus desejos. Seu lábio não  se desprendeu dos dela e suas mãos acariciavam seu corpo vagarosamente e ele rememorou a textura macia que sua pele tem. Passou então a tocá-la com as pontas dos dedos, bem de leve, já ciente de que esses movimentos arrepiariam seu corpo. 


É claro que o corpo dela se arrepiou. Apesar de inibir suas memórias em relação a ele, a memória do seu corpo respondia aos toques. E quando ele pode sentir todo o corpo dela arrepiado, ele sussurrou ao pé do ouvido:


- Você sempre está em meus pensamentos. Todos os dias.


Ela não conseguiu responder nada. E por que responder? Sempre que ela abre a boca, as coisas desandam. A sua reação foi um profundo suspiro, e então se entregou àquele momento. Passou a acariciá-lo também. Mas seus toques, sua vontade já estava além das dele. 


Claro que ele percebeu seu desejo, é óbvio que também era o dele, mas não naquele momento, não tão rápido. Segurou em seus ombros, e afastou-se. Olhando no fundo dos seus olhos, ele disse: 


- Hoje eu quero você sem nenhuma pressa, está bem? 


Isso foi novo para ela. Como assim, sem pressa? Esses momentos pré sexo nunca tiveram tanta demora, mas o ato em sim sempre foi intenso e durava razoavelmente. 


É, essa pequenina moça é voraz. 


Como de costume, seus pensamentos e raciocínios acelerados. "Pra que tantos carinhos antes?" "E porque não? Deixa ele te apreciar, não vai perder nada." “Não vou perder agora, mas depois vou sentir falta”. E uma batalha se instalou na sua cabecinha inquieta. E por fim, ela se rendeu.


O corpo se comunica, e ele leu o corpo dela. A deitou de bruços na cama. Retirou os longos cabelos do seu pescoço e os pós para o topo da cabeça. Ele sabe que ela dorme com o cabelo assim para não criar nós nos fios. 


Sentou do seu lado e passou um dos braços por cima dela e se pôs a apoiar na cama na altura de sua cintura. Dobrou o joelho para ter mais apoio e ficar mais próximo.


Ele conhece bem cada ponto a ser tocado para que o corpo dela responda. Então, trabalhou nisso com dedicação. Cada suspiro dela lhe dava uma enorme satisfação. 


O cheiro da pele dela começou a tomar conta de todo cômodo, e era como se ele estivesse imerso a uma cortina de gás inebriante, e a vontade de ficar ali, beijando e tocando cada centímetro daquele corpo de apenas 1,56m não passava. 


Suas mãos desceram um pouco mais, e passou a acariciar suas pernas. Movimento de descer e subir até a sua linda bunda empinada. E sem intenção de tocar em seu meio, mas passando os dedos um pouco mais para o interior das coxas, ele sentiu a umidade que escorria ali.


A vontade de tocar o seu meio o estremeceu, mas o objetivo de não ter pressa era mais importante, porém, seus toques mudaram, deixaram de ser com as mãos e passaram a ser com a boca e língua. 


Entre beijos e lambidas, ele fez o corpo dela estremecer, se contorcer, e ela gemer. Esse conjunto de reações invadia o seu corpo, e ele se pegou com novas sensações corporais. "Que delicia o que eu posso despertar nela." “Ela me dá choques.” "Quero poder fazer isso sempre." “Quero sentir essa energia dela mais vezes.” "Mas eu não estou sempre." "Mas alguém vai ter essa oportunidade." "Não quero que mais ninguém toque nela." "Será quero isso só pra mim.?" 


A temperatura do corpo dela aumentou e ele não aguentou. Os dedos foram para aquele meio molhado e quente. Uau!!! Essa textura, essa temperatura, esse molhado escorrendo arrepiou o seu corpo.


Então ele se pôs entre suas pernas, e suas mãos sobre a bunda dela, o ajudando a abrir caminho para sua língua tocar seu centro incrivelmente doce e perfumado. "QUE DELICIA". A vontade dele era se diluir junto aquele mel. 


A essa altura ela já estava no limite, segurando-se ao máximo para não tomar a atitude. Mas ela deixou. Deixou ele conduzir tudo. E então ela sentiu ele entrando e fazendo parte dela devagar como ele disse. E um forte suspiro escapou. Mas ele permaneceu delicadamente, entrando e saindo, a respiração cerrada para não perder o ritmo do movimento. 


Ele viu ela agarrando os lençóis e se controlando para não gemer alto, mas ela escorria como se um copo d'água tivesse virado, e aquele cheiro gostoso que vem dela o esmoreceu. Uma das coisas que ele mais gosta em estar com ela, é o cheiro que o seu corpo exala. Esse cheiro faz ele perder um pouco do raciocínio prático e se perder nas emoções que lhe invadem. Ele nunca encontrou um perfume parecido. 


Os dois se entregaram completamente para aquele momento. 


Ele sentou-se na cama e ela por cima veio se encaixar. Tantas coisas começaram a passar na cabeça dela. Como maravilha sentir ele dentro dela por completo. Ela adora ficar nessa posição com ele. Os corpos colados, peito com peito, pescoços expostos. Ela encaixou seu rosto em seu pescoço e sussurrava os seus delírios. Ambos passaram a beijar seus ombros, com a mão na nuca e pressionando seus corpos um contra o outro. Os batimentos cardíacos acelerados e os movimentos sincronizados, molhados, suados... 


Ela acordou no meio da noite e foi para a sala. Ficou pensando no que acontecerá. Como se libertar dessa companhia que surge sempre de tempos em tempos. Puxou da memória fraca outras relações que manteve. Se esforçava para lembrar o que ela sentiu por eles. O que a fazia permanecer com eles. Óbvio que todos tiveram razões diferentes, isso ela lembrava, mas, e o sentimento? Isso ela não lembrava. É como se um reset tivesse acontecido e apagado as emoções que ela teve por eles. 


Ela sabe que ele vai sumir, que ela não vai lembrar dele no seu dia a dia, mas que alguma coisa sempre surge que traz ele na cabeça. E a falta de orgulho pode passar a impressão de que é fácil de ser manipulada, ou que ela tenha algum sentimento romântico por ele, e por essa razão sempre quando ele quer tê-la, ele a tem. 


Ela foi tomar um banho, e vários outros momentos com outros caras vieram à tona, um atrás do outro. Ela se excitou com isso e passou a se tocar. As pontas dos seus dedos anelar e médio faziam movimentos circulares no clitóris e a pressão ia aumentando de nível a cada lembrança diferente, de cada um que já passou na sua cama, ou de cada cama que ela já passou. 


Mas seus próprios toques não bastavam para que ela pudesse se satisfazer. 


M. Bee

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